sábado, 23 de março de 2013

"I love you"...


..."I know".
Amor. Tantas tentativas vãs de definir esta palavra. Tantos significados distintos atribuídos a ela. Tantas músicas lamentando ou celebrando o amor: o amor-obsessão, o amor-egoísta, o amor-idealizado, o amor-doentio. Será isso, de fato, o amor? O romantismo, creio, destruiu seu real significado; ou construiu?


ROMA
Quatro letras formam-na toda, dizem
Representação gráfica do que desconheço
Pergunto a gélido coração, que de mim omite
Significado da palavra, nega-me seu apreço

Anagrama de ROMA é meu maior enigma
A Pensadora, petrificada, busca a solução
Ciência não explica, descobri-lo é minha sina
Difícil entender quando se cala o coração

Inerente ao ser humano, sentimento esse
Não lecionado na escola, fórmula misteriosa
Sublima a alma, sentimento que enobrece
Não sei do que se trata, retenho-me na prosa

Conheço tantos outros - da dor à galhofa
Que falta me faz esse? Questiono à lua
Deitado na rígida pedra ou na areia fofa
A resposta vem logo - este ou mata ou cura

Enrolei até agora, não mais posso resistir
Me vem à boca, mas o coração não é a origem
Reluto em proferir, antes pudesse mentir
Falo do amor - a dor - e renego tal vertigem
(escrito em dois mil e alguma coisa)


Fácil. Antes o eu-lírico recorresse ao dicionário:
Amor (s.m.): 1- Afeição profunda a outrem, a ponto de estabelecer um vínculo afetivo intenso, capaz de doações próprias, até o sacrifício; 2. Dedicação extrema e carinhosa; 3. Sentimento profundo e caloroso de atração entre duas pessoas; 4. Apego; 5. Carinho; ternura; 6. Cuidado; zêlo. Fonte: Dicionário Informal
Não importa. A delícia de amar supera o desespero de não se sentir amado. E o senso comum já repetiu à exaustão um dos caminhos para a felicidade: ama-te a ti mesmo. Seja provedor do amor, não mero consumidor, e terá insumo para sua felicidade independentemente dos fatores externos.