Dança livre pela rua, alma pueril. Nos encontros e desencontros ascende ao teu brio.
Faz da chuva cachoeira e das poças o seu mar. Entrementes até que encontre transeuntes para amar.
Cora ao sol e canta em coro com coroa imaginária. Sede rainha, sede povo, sede interplanetária.
Toma aos goles suas lágrimas e não questiona seu juízo. Cala ao mundo e não explica que só tu ouves teus guizos.
Rima em prosa, trota em riso, ri da sanidade. Que é palavra vã criada para explicar a inverdade.
Quem não sabe, não atura o que pode ser não sendo. E aos poucos a criança cala e vai se entristecendo.
Mas não tema, pequenina, que dos doces já é farta. Salga em pranto, sem pesar, tudo aquilo que te aparta.
E se dormes te acarinho e te canto pra ninar. Pois um dia, bem sadia, o riso há de te acordar.
"É que a criança é inocência e esquecimento, um novo começar, um brinquedo, uma roda que gira por si própria, primeiro móbil, afirmação santa. Na verdade, irmãos, para jogar o jogo dos criadores é preciso ser uma santa afirmação; o espírito quer agora a sua própria vontade; tendo perdido o mundo, conquista o seu próprio mundo. "