terça-feira, 14 de agosto de 2012

Rendição


Rendo-me. Rendo-me à expectativa de aprender a criar/participar de mais momentos felizes e produtivos. Rendo-me à humildade de admitir que minha percepção é falha e muitas das minhas certezas são infundadas. Rendo-me ao amor ágape, a mim, a outrém - sempre que possível. Rendo-me à condição de humana que convive com humanos.

Aos poucos, rendo-me e deixo fluir. Leve. Simples.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pequenas conquistas


É doce o sabor da vitória ao contrariar o senso comum e abrir o pote de azeitonas sem possuir - veja que proeza! - o cromossomo Y.

São tantas pequenas conquistas que passam despercebidas na correria do dia a dia - uma ideia, um encontro, uma ação... E tão melhor é nos surpreender ante a capacidade da qual duvidávamos, capacidade essa que só precisava de uma oportunidade para se manifestar.

Algumas conquistas são ainda menos explícitas, pois nem sempre implicam no sucesso óbvio. Um aprendizado sobre a melhor forma de encarar um contratempo ou vivenciar uma situação adversa sobre a qual não se pode ou não vale a pena controlar - eis uma monumental conquista, digna de champagne e show pirotécnico, para deleite da alma.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Serendipity




Meus sentimentos são um segredo. Mas eles, às vezes, escapam pelas brechas, mesmo que eu finja não me importar e desprezar sua presença, não aguento cinco minutos antes de dar meia-volta e me aconchegar em seus braços.

Mas você é tão gentil que aceita minha paixonite, rota e embrulhada em jornal velho, e cuida bem dela. Talvez saiba que, apesar da apresentação nem sempre tão agradável, é autêntica e de boa qualidade - coisa rara hoje em dia, esses apetrechos que duram por gerações. Que me importa se não te desperto igual sentimento - se tão doce é a forma como aceita ser amado e trata-me tão bem? Só orgulho ferido.

Mas, por trás desta armadura enferrujada, há sim ternura. Necessita aflorar apenas não amor de outrém, mas o autoamor - aquele que se basta. Essa é a fonte que fará jorrar as gentilezas que me faltam sobre aqueles que se aproximarem para bebericar da minha companhia, e até mesmo os que estejam apenas de passagem serão atingidos pelos respingos. Imagino a felicidade que será compartilhar um pouco - ou muito - da alegria que me transbordar.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Be pretty!

Este blog é um treino. Mudar padrões e velhos hábitos mentais requer isso: prática, dedicação, força de vontade e perseverança. Pois, ainda que de maneira inconsciente e espontânea, foi assim que tais padrões se instalaram - pela repetição.

Há momentos e momentos, e devo respeitar meu tempo. E hoje, você, blog, será minha Clementine. Então, ouça-me atentamente: You can't be ugly! Be pretty!

E veja que há tantas belezas na vida! Porém, a mais radiante e importante de todas é o amor próprio. É essa que lhe trará os reais benefícios, e não os vis infla-ego. É do amor próprio que poderá extrair o sumo do verdadeiro bem estar.

Be pretty!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Shit happens

E são coisinhas tolas, pequeninas surpresas negativas que, somadas a uma predisposição dramática, te fazem questionar uma série de coisas. Entre elas, a sua própria sorte, se for místico; ou, sendo religioso, o quanto a sua adorada divindade te odeia.

E aí você pode chutar uma latinha vazia ou socar uma parede, deitar num cantinho escuro em posição fetal ou praguejar o mais alto que seus pulmões permitirem... E então, em cinco ou dez, quiçá quinze minutos, estará tudo bem.

Não há nada de errado em se permitir chatear-se por uns breves momentos com essas miudezas. Mas tão melhor - tão mais agradável e divertido seria achar tudo muito engraçado desde o princípio.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Tick tick tick...

...that's the sound of your life running out.

Não me agrada a ideia de viver em função dos ponteiros do relógio. Mas é essa a medida de que disponho pra saber o que estou deixando de fazer em minha vida.

Há oportunidades a todo momento: de aprendizado, lazer, manutenção, descanso, reflexão... Há também oportunidades de autodestruição, modorra e tantas outras nocivas que, na melhor das hipóteses, promovem apenas a estagnação.

Há um rol de coisas que eu adoraria fazer!

- Dançar
- Exercitar o corpo
- Exercitar a mente
- Ler um bom livro
- Jogar
- Criar coisas agradáveis
- Arrumar a casa, criando um ambiente agradável
- Desenvolver novas habilidades
- Escrever

A lista é extensa e apenas um item foi realizado até agora. Já são quase nove horas... que bom que percebi a tempo!

Até breve, minha pequena máquina de distrações.

terça-feira, 20 de março de 2012

Always look on the bright side of life

Tudo tem dois lados: um bom e outro ruim. Por isso, nosso poema começa assim: (...)

E eu não me lembro como começava. Mas creio que tinha algo a ver com o "problema" de a tinta da caneta acabar, mas a felicidade de, então, se ganhar uma caneta nova.

Não o fato em si proporciona a (in)felicidade, mas a maneira de percebê-lo, senti-lo, vivê-lo. É evidente que algumas situações têm um maior poder de influência em nosso estado de espírito, mas existem tantas outras variáveis atuando sobre essa percepção - e muitas delas estão sob nosso controle: questão de escolha.

O tal "poema que começou assim" foi escrito durante a aula, na quinta série. Formaram-se duplas para escrevê-lo, mas eu tive que fazer sozinha. Apesar disso, note o pronome possessivo na primeira pessoa do plural se referindo ao "poema". Não foi de todo falso pois que, como eu não sabia como concluí-lo, uma coleguinha sugeriu o último verso. Pode-se ver ironia, ou maldade. Pode-se ver cooperação, ou caridade. Pode-se ver trivialidade. Questão de escolha.

Tudo tem dois lados: um bom e outro ruim. E é por isso que nosso poema termina assim.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pequenos prazeres

Em algum cantinho, numa caixa de sapato blindada e antinuclear, estão preservadas algumas dúzias de pequenas alegrias. Não está a fácil alcance, na memória. Talvez, por ter sido classificada como banal, foi perdida; talvez, por ter sido classificada tola, foi escondida.

O sol ameno tocando a pele; olhar as nuvens brancas adquirindo novas formas, lentamente, no céu azul; os pés descalços tocando a areia macia da praia; o cheiro do mato; o cheiro de um livro novo; acordar espontaneamente uma hora mais cedo e poder voltar a dormir; uns abraços; umas gentilezas; uns rabiscos; o cheirinho do café; o estalar dos ossos; o espreguiçar depois de muito tempo imóvel; os presentes; as boas surpresas; a água quentinha do chuveiro...

...um passo mais perto do que realmente importa.

Renascer

Este blog foi criado há tanto tempo, e aqui ficou, aguardando momento oportuno. Nunca me senti preparada para escrever algo nele, correndo o risco de macular o título que, assim, solto, não faz sentido algum, mas que traz consigo um propósito maior.

A terceira metamorfose do espírito - de camelo a leão e, finalmente, a criança.

"É que a criança é inocência e esquecimento, um novo começar, um brinquedo, uma roda que gira por si própria, primeiro móbil, afirmação santa."

Eis a busca ao vislumbramento perante a vida, livre de crenças empoeiradas e carcomidas, orgulhos trincados e hábitos envenenados. A busca pela criança que se permite a liberdade e o riso e a curiosidade e a descoberta, e se encanta com o diferente ao invés de julgá-lo ou condená-lo; uma criança que segue as vontades de seu âmago - o "eu-quero" que não se intimida ante o "tu-deves".

Eu sei que isso parece um amontoado de clichês e contradições. E eu sei que tal percepção e autojulgamento me afasta dessa "criança", que se torna sombria e birrenta.

Mas seja esse o início de meu caminho até ela. O mais importante resgate.