segunda-feira, 26 de março de 2012

Serendipity




Meus sentimentos são um segredo. Mas eles, às vezes, escapam pelas brechas, mesmo que eu finja não me importar e desprezar sua presença, não aguento cinco minutos antes de dar meia-volta e me aconchegar em seus braços.

Mas você é tão gentil que aceita minha paixonite, rota e embrulhada em jornal velho, e cuida bem dela. Talvez saiba que, apesar da apresentação nem sempre tão agradável, é autêntica e de boa qualidade - coisa rara hoje em dia, esses apetrechos que duram por gerações. Que me importa se não te desperto igual sentimento - se tão doce é a forma como aceita ser amado e trata-me tão bem? Só orgulho ferido.

Mas, por trás desta armadura enferrujada, há sim ternura. Necessita aflorar apenas não amor de outrém, mas o autoamor - aquele que se basta. Essa é a fonte que fará jorrar as gentilezas que me faltam sobre aqueles que se aproximarem para bebericar da minha companhia, e até mesmo os que estejam apenas de passagem serão atingidos pelos respingos. Imagino a felicidade que será compartilhar um pouco - ou muito - da alegria que me transbordar.

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